Viajo porque preciso, volto porque te amo.

quinta-feira, 3 de junho de 2010


Vi esse filme hoje no cinema da Fundação Joaquim Nabuco. Um típico filme poesia. Não possui um enredo próprio, uma história complexa, mas apenas faz o espectador sentir. Sentir sim. A história é narrada por um personagem que não aparece, mas que a tudo narra, e observamos as imagens a partir de seu ponto de vista. Trata-se de um geólogo, que passei pelos sertões Brasil afora. Um sertão árido como ele próprio, lembrando o nordeste retratado por Graciliano Ramos em Vidas Secas, embora neste filme o personagem possua uma grande cultura, diferente dos do livro, que mal falam, apenas produzem sons animalescos.
O personagem principal vai mostrando os lugares para onde o Rio São Francisco será transposto. Belas paisagens que deixarão de existir, mostrando o lado negativo do projeto. Ao mesmo tempo, tudo que ele vê o lembra sempre a sua amada, que o deixou, de quem ele não nega sentir muitas saudades. Até mesmo nos olhos de uma garota que ele vê passando ele pára, olhando abismado, por identificar nos olhos dela os olhos da sua "galega". Ele até tenta encontrar esquecê-la, nos braços das mais diferentes mulheres. No começo ele é mais exigente, mas depois, acredito eu no desespero e ânsia de encontrar alguém que apague a amada de sua cabeça, começa a sair com qualquer mulher, no motéis mais de baixo escalão que ele encontra pela estrada.
Enfim, pra quem gosta de poesia, o filme possui muitas frases brilhantes. O que importa não são os fatos, mas a reflexão de um homem desamparado que mete-se na estrada, identifica-se com o meio. Um filme simples, mas profundo. Uma verdadeira poesia cinematográfica.

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